Eclesiastes, aniversário (07 de setembro) e Vaidade

N vida d’baixo do Sol, a morte bate a porta. Tudo é Vaidade, disse o sábio.

Pedro Duarte
5 min readDec 22, 2021
AS VAIDADES DA VIDA HUMANA, HARMEN STEENWYCK

Parte 1 (16/09/20):

Pessoas nascem, pessoas morrem, mas o mundo continua sempre o mesmo. O sol continua a nascer, e a se pôr, e volta ao seu lugar para começar tudo outra vez. O vento sopra para o sul, depois para o norte, dá voltas e mais voltas e acaba no mesmo lugar. O que aconteceu antes vai acontecer outra vez. O que foi feito antes será feito novamente. Não há nada de novo neste mundo. Ninguém lembra do que aconteceu no passado; quem vier depois das coisas que vão acontecer no futuro também não vai lembrar delas.
Eu tenho visto tudo o que tenho feito e só posso dizer que tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento.
Consegui tudo o que desejei. Não neguei a mim mesmo nenhum tipo de prazer. Eu me sentia feliz com o meu trabalho, e essa era a minha recompensa. Mas, quando pensei em todas as coisas que havia feito e no trabalho que tinha tido para conseguir fazê-las, compreendi que tudo aquilo era ilusão, não tinha nenhum proveito. Era como se eu estivesse correndo atrás do vento.
Tudo o que fazemos na vida não nos traz nada, a não ser preocupações e desgostos. Não podemos descansar, nem de noite. É tudo ilusão. Sem Deus, como teríamos o que comer ou com que nos divertir? Ele dá sabedoria, conhecimento e felicidade às pessoas de quem ele gosta. Mas Deus faz com que os maus trabalhem, economizem e ajuntem a fim de que a riqueza deles seja dada às pessoas de quem ele gosta mais. Tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento.
Eclesiastes 1 e 2
Como dito por C.S. Lewis
“Pela primeira vez examinei a mim mesmo com o propósito seriamente prático. E ali encontrei o que me assustou: um bestiário de luxúrias, um hospício de ambições, um canteiro de medos, um harém de ódios mimados.”
Precisa ter algo maior, e um sentido para tudo. A vida por si só é vazia e não tem nada além de luxúrias, não encontro a verdade, não encontro nada além do acordar, dormir, chorar e sorrir. Na vida não encontro a felicidade é a paz, só pude encontrar ela verdadeiramente em cristo, e meu coração se alegra perante isso.

Parte 2 (07/09/21)

Sei quem sou e sei em quem tenho crido
Sei que estou aqui por misericórdia

Sei lá a vida é um caos
Uma explosão sem sentido
O caos pode ser belo, doloroso, piedoso, misericordioso e várias outras coisas
Mas continua sendo caos

A vida testemunha isso
As pessoas se vão e parece que você não pode fazer nada
Os anos se passaram e você não pode parar

Mais uma primavera
Um novo outono
Novo verão
Novo inverno
E tudo continua sendo assim

Obrigado aos amigos pelo excelente dia
Obrigado a família pela compreensão
Obrigado pessoas que já não estão por aqui
Obrigado jesus
Obrigado por mais um ano!!

Parte 3 (23/12/21):

A pergunta é qual sentido da vida, né?

Olha, eu poderia tentar responder.
Tem uma resposta bem óbvia que é Deus.
Ser óbvio não é ruim. Ser óbvio é bom.
Acho que Eclesiastes me ajuda muito a desenvolver essa resposta.

"Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar; mas saiba que por todas essas coisas Deus o trará a julgamento. Afaste do coração a ansiedade e acabe com o sofrimento do seu corpo, pois a juventude e o vigor são passageiros."
Eclesiastes 11: 9-10

O Sábio de Eclesiastes define bem o sentido cristão. Viver não é pecado. Aproveitar da vida, se alegrar, cantar, dançar não é pecado. Porém tudo isso pode ser vaidade se feito de uma forma equivocada. Então Jovem lembre-se do seu Criador desde a mocidade. Viva. Se apaixone. Pule alto. Sorria. Observe as estrelas. Mas lembre-se de fazer tudo isso lembrando do seu Criador.

Então, qual o sentido da vida?
Amar a Deus loucamente. Se eu amo a Deus loucamente minha vida não é mais a mesma. Se eu amo a Deus loucamente eu consigo sorrir.

A vida é curta demais pra guardar ressentimentos. Não vale a pena. Ela é curta demais pra eu não amar. Se eu entendo que Deus me ama, eu consigo amar verdadeiramente. Eu fui perdoado, por isso consigo perdoar.

A vida é curta demais pra não dizer eu te amo. E como eu sei disso.

Eu tenho um sério problema com a morte. Talvez isso seja um problema em aceitá-la. É difícil aceitar que eu posso ir a qualquer momento. É difícil entender o porquê quem eu amo vai embora.

Lembrar do Criador desde a mocidade é essencial pra quando eu chegar na velhice eu não guardar ressentimentos. Não guardar coisas que eu poderia ter feito. Um último "eu te amo" talvez. Lembrar do Criador me faz ser aberto. Me faz ter consciência que a vida aqui não é pra sempre. Na juventude parece que a vida é sem limites, que eu posso chegar onde eu quiser. E não ache que isso é ruim. Mas isso sem o eterno é eternamente inútil.

A juventude é passageira, mas Deus não.

Gostaria de terminar com uma indicação e um trecho de uma música. A indicação é música Viva do Marco Telles. Acho que a leitura do texto fará bem mais sentido acompanhada dessa música.

https://youtu.be/yfqHIYTvQUw

E gostaria de finalizar esse texto com a música "História" da banda resgate:

"Mas a gente sempre tem certeza
E a razão come na nossa mesa
Ninguém quer olhar pro céu e ver
Que existe algo a mais

Mas a gente tem a juventude
Nada mal quando se tem saúde
Ninguém quer olhar pra dentro e ver

O que ficou pra trás

Lembrar do criador desde a mocidade
Viver sob o dom do amor pela eternidade
Lembrar do criador desde a mocidade
Viver sob o dom do amor pela eternidade"

Parte 4 (Sem data):

Um desabafo sobre a vida e a morte:

Estou cansado; as vezes parece que o mundo ao redor vai explodir.
Com a vida andando a 120 km/h parece difícil me concentrar em aproveitar o simples. Parece difícil olhar pro horizonte e entender a vida.

É difícil largar o piloto automático da vida e se deixar ser levado pela Vida. Eu queria olhar pras coisas bonitas e deixar de pensar na morte que todo dia bate a porta. Eu queria olhar pro caos e deixar de enxergar uma linda bagunça.
Eu queria parar de olhar pra vida e deixar de ver o controle por detrás de tudo. Mas não consigo.

O meu piloto automático está ferrando as coisas simples e bonitas.
Eu queria abraçar um amigo.
Eu queria abraçar uma pessoa que ja se foi.
Eu queria dizer um último eu te amo.
Mas a verdade é que ainda não posso. A vida continua sendo linda mais tão caótica.

Entre as mortes e a impossibilidade de prever o futuro, eu me apego no Imutável. Nele sim eu encontro a Paz que faz com que a minha insatisfação desapareça. Nele eu encontro refúgio onde minhas dúvidas são saciadas.

E a dor ainda continua, mas sei que ela é por enquanto...

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Pedro Duarte

Amante de livros e Teologia. Espero que gostem da bagunça.